Wednesday, September 27, 2006

Café

Aquele sonho lhe dizia expressamente “Não acorde!” e ele continuava mergulhado no irreal por conveniência e descanso. Nem o odor de café forte o tentava com suficiente afinco para realmente tira-lo daquele estado. Sonho.
Para ele sonhar era encarado tal como realidade, mais do que estar acordado. E quem lhe garantia que aquele perfume de café vinha da realidade bostal e não do sonho adorado? Afinal de contas há meses vinha tendo o mesmo sonho e pelo que se lembrava sempre havia o odor de café. Realmente sempre que evadia para a realidade encontrava café fresco e recém passado, o qual bebia com amor, mas aquele perfume era tão bom que no sonho se perguntava:
- O café que tomo quando acordado é bom o bastante a ponto de ser dignamente merecedor da associação com este perfume que sinto?
Foi então que irremediavelmente irrompeu o quarto em que seu corpo se encontrava dormente sua mãe, e o despertou com o barulho que fez ao abrir a janela naquele dia ventoso e o vento e o vento empurrar com força uma folha desta contra a parede. Infelizmente acordou.
-Puta merda! Mais uma vez saí do mundo para voltar a acordar.
-Não ralhe comigo a esta hora, ainda é cedo! Deixe para fazê-lo ao fim do dia.
Ele levanta-se, vai até o banheiro, lava o rosto, volta até o quarto, veste-se e vai ao encontro do café.
Realmente não era real. Era de café aquele odor maravilhoso, mas não daquele. Mas aquele também estava bom.
-Agora acordei de vez – pensou ao saborear os primeiros goles daquele café bem forte, do jeito que o acordava bem – Noite que vem espero conseguir saborear em sonho o café daquele perfume que me seduziu. Talvez assim eu acorde dentro do sonho, e daquele mundo jamais torne a sair.

Sunday, September 24, 2006

O quadro da névoa

Ela corria apressada com a pressa de quem precisa esquecer. Ela perdia o ar, mas continuavam na dança das lembranças com as quais não conseguia mais conviver.

Era tarde. Noite feita. Ninguém pela rua, só o sereno. Caso ela fosse vista de longe, lhe serviria como adorno – seria perfeita para um quadro em névoa, se fosse pintura - mas era apenas angústia, nada mais.

Agora sobre a ponte, grande ponte de se ultrapassar, como ritual ela escolheu a obra colossal, como se a ultrapassando, os seus limites os seus medos que a estavam sufocando lhe deixassem por permanecer do outro lado. Teriam eles o medo do que havia por debaixo da passante.

Tudo agora já parecia distante, tudo a que ela se apegava crendo que assim deixaria o mal no passado, engano, ainda estava com o enorme fardo.

Se é que mortes transcendem culpas, ela tentaria; se é que cansaço ultrapassa razão, ela saberia; se é que angustia passa com o tempo, com isso ela não mais se enganaria.

Estava só. Há muito não ficava assim. Estava mal, mas se alguém estivesse por perto seria por pouco tempo, pois ela não iria suportar, haveria de fugir e de qualquer maneira, qualquer meio que pudesse percorrer paralelo a escolha daquele momento levaria ao mesmo caminho, não havia destino diferente dentre todos os possíveis.

Assim mesmo, ela que em nada se segurava a crer, pensava agora que tudo era parte de um jogo de cartas marcadas automaticamente muito antes de alguém pensar em nascer, muito antes de qualquer coisa ocupar lugar. Existência.

Todos se prendem à vida através de fé. Isso ela não tinha, agora longe daquela ponte agonizante, já perto das águas mais a seu nível, na beira do mar da sorte ela percorria o caminho tortuoso e errático que levava ao mesmo caminho que todos os outros, ao mesmo lugar. Não haveria de ser diferente, a menos que ela não fosse ela mesma e num piscar de olhos se tomasse em outra mente, outra vida, outra personalidade. Isso é, sua salvação apenas existia num sonho infantil, numa utopia que ela não ignorava, até pensava, mas sabia totalmente que a isso ela não poderia se apegar.

- Como é que as pessoas convivem umas com as outras? Muitos lidam bem com a morte, isso eu até entendo, mas como lidar com a vida? Nisso eu não me fixo, não pertenço, não me reconheço – dizia ela em voz alta pra si mesma.

Mais próxima da água ela andava, a sorte lhe molhava os pés, mas não lhe convidava a si. Seus pensamentos faziam ondas intensas, ela estava mais tensa. Estava cada vez pior, cada vez mais humana. Cada vez mais temida por si mesma.
Continuava a corrida. Inesgotável até ali. Ofegante, mas firme, nem um pouco hesitante. Ela só tinha a ela mesma, suas lembranças, seus horrores, a sorte a molhar seus pés e o terror de continuar daquele jeito. Mais por dentro da água, com até a cintura já coberta pela sorte ela continuava, incansável, mas não passava, queria um fim para aquilo, mas ainda a água era demasiada rasa.
Corria mais, quanto mais difícil fosse mais força aparecia inexplicavelmente para ser usada e, então, ela caiu.

Algumas bolhas na água, e o horror passou. Não vejo mais nada. Só a sorte pura ali está, mas ninguém por cima ou nela sendo vista a trafegar.

Saturday, September 23, 2006

Sem última companhia


Ele entrou na sala, era tarde, seu típico andar ritmado, havia dado espaço sem que ele percebesse a uma postura curvada, arrastando as pernas com força, tentando vencer o cansaço. Lúcifer mal o olhou; isso era estranho, era tão apegado ao dono.

Acendeu uma vela, estranhando sua própria postura contra luzes artificiais, como sempre fazia; sempre estranhava a si mesmo em algum momento, e por algum motivo, que normalmente nada eram além da busca de razões para auto-penitência depois. O depois chegou.

-Lúcifer, por que não veio a mim quando cheguei?

O olhar de Lúcifer dizia a ele que o motivo era cansaço, Lúcifer talvez tivesse se cansado demais durante o dia atrás de alguma presa, alguma perna de cor, alguma roda-viva que transitara por ali. Mas ele não ouviu o que aqueles olhos que sempre foram fiéis a ele lhe disseram.

-Lúcifer, por que não vens agora a mim? – dizia com um sorriso de canto enquanto abria uma garrafa de um whisky vagabundo de marca que não merece vir a conhecimento, o qual comprou como sendo whisky artesanal. Agora ralhava contra si mesmo mais uma vez por ter acreditado em tamanho absurdo. Os absurdos consentidos são sempre mais leves, mas sempre piores.

Lúcifer permanecia parado, apenas olhando de baixo, com apego e ao mesmo tempo indiferença – Lúcifer era complicado, quase tanto quanto o dono - o cansaço também estava lhe pesando as feições, e ele não relutava em esconder isto.
O whisky fluía por sua garganta e a anestesia das emoções do dia lhe começava a efetuar o objetivo.
Então, batendo com o copo fortemente na mesa disse:

- Cansei Lúcifer, há muito que você é o único com quem posso contar, mas agora não me tens mais aqui, ou não lhe tenho mais aqui! Não sei o que acontece. Não somos mais a mesma unidade - Parou por um segundo, vislumbrou de canto de olho o lume da vela e então continuou.

- Lúcifer! Não vou mais lhe evocar quando chegar! E também não quando sair!

Só agora via que estava mais só por que o cansaço, coisa infame, o afastara de quem era a única companhia que pensava ter: Lúcifer.

Agora nem Lúcifer lhe era companhia, e se assim era, talvez nunca o tenha sido.

Thursday, September 21, 2006

Solando em sol e lua

Solícito, o solista soltou seu som longe do sol.
A lua lhe havia pedido uma melodia
O som fluía, janelas se abriam.
Pessoas gritavam, enlouqueciam.

-Porque tanto alarde, ser de vida vadia?!
-Não percebes o quão já é tarde? Antes eu dormia.

O solista não se importou, olhava a lua que lhe agradecia, sua luz aumentara, o solista sorria.
-Esta luz não é minha, caro solista, o sol que me empresta; ele só aumentou a intensidade porque seu som o deixou em festa. Quis que eu lhe iluminasse mais. Mal sabe o sol o tamanho da luz que você e sua arte possuem.

Mais janelas eram abertas, e mais gritos de pessoas alertas:
-Cale-se!
-Bravo!
-Como é linda a canção!
-Filho-da-puta, não percebe que horas são?

Então, o solícito solista entristeceu a lua e o sol: Parou de tocar; o povo parou de gritar.

Ao caminhar, foi tocado no ombro. Lá estava a calejada mão de um sujo senhor, um mendigo de bom coração.
O solista o viu, e percebeu que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
-O que houve caro senhor? Sentes dor?
-Sim, há muito tempo não me sentia feliz. Hoje fiquei feliz, e como há muito tempo não sabia o que era sentir-se assim até doeu. Várias noites na rua viví, mas só hoje realmente estive vivo. Hoje foi a única noite que terei orgulho de lembrar-me enquanto eu existir

O solista impressionado olhava e ouvia, enquanto o velho prosseguia:
-Esqueça-se de mim, mas nunca mais deixe de alegrar o sol e a lua. Não se importe com quem reclama, são mais infelizes do que eu que vivo na rua.





Quem costuma ler meu blog (se é q alguém costuma fazer isso) já deve ter notado que eu peguei mania de procurar alguma imágem que tenha algo a ver (ou não) com oq escrevo, daí hoje, no google images achei essa e adorei, tudo a ver com o bagulits q escrevi.

Zleepwalker, keep living!

Wednesday, September 20, 2006

Reflexão do só

“Todas as faces são iguais”. Pensou em voz alta o espelho do velho e eterno eremita.
- Mas porque pensas assim, caro companheiro, EU em avesso?
- Pois são e é verdade!
O eremita para, reflete, enquanto o espelho também parado reflete.
-Essas rugas sob seus olhos são por culpa da luz, odeias o sol, te escondes aqui, és covarde!
- Não, minhas rugas são culpa do tempo. Ele passa.
-Sim e com ele vários sóis vêm e vão.
-Não, espelho. Há apenas um sol, ele se põe e depois regressa.
-Sei que são vários sóis, o que acontece e lhe confunde é que as faces dos sóis são todas iguais.
-Ah, espelho tolo! Porque lhe dou atenção? Nada sabes. Daqui jamais saísses!
-Caro velho. Eremita ancião; seus brancos e longos cabelos não são tão brancos quanto a folha de papel em branco que tens no lugar do que deveria ser sua memória. Algum dia fui trazido para cá, ou não?
-Cale-se, pois sobre nada sabes, apenas imita o que lhe passa pela frente. É praticamente um inútil truão.
-Sim, o truão que alimenta sua vaidade, o que lhe mantém vivo. És igual a todos aos quais evitas. Matéria de vaidade. Todos com a mesma face!

O eremita paralisa-se e em um impulso muito rápido da um soco, assim, fragmentando o espelho em várias partes.
-Viu? Você não é nada! – Diz ofegante e satisfeito o eremita.
Então não havia mais uma voz de espelho, mas diversas vozes vindas de diversos eremitas pelo chão, dizendo: - Sois vários, mas todos iguais. És vaidade, nada mais do que um mortal.

Monday, September 18, 2006

Desconhecidos

Sérgio - Escuta aqui guri: Eu sou de um tempo onde se respeitava os estranhos e não se agia de maneira tão imatura e dispendiosa
Maurício - Meu senhor, apenas fui eu mesmo ao passar por ti e não lhe olhar, fiz isto por piedade, pois sei que meu olhar poderia feri-lo
Sérgio - Oh atualidade, oh modernidade tão idiota e utopicamente auto-suficiente. Por que negas o olhar e o acenar de cabeça a um estranho.
Maurício - Meu senhor, pra começo - meio- de conversa, nem sei por que estou conversando com você, fui ensinado a não ter para com estranhos.
Sérgio - Pois isso demonstra que à você falta maturidade, falta crescer.
Maurício - Não, nego isto que dizes a mim; pois muito já cresci, ainda mais por ter crescido por mim mesmo, sozinho.
Sérgio - Sozinho por que quisestes caro jovem.
Maurício - Não, porque não tive alternativa, estava acompanhado pelo nada, nada além de mim mesmo durante todo meu crescimento.
Sérgio - E porque então nunca deixasse que algum suposto estranho se transformasse em alguém conhecido, alguém próximo.
Maurício - Senhor estranho, senhor desconhecido, talvez você não esteja me reconhecendo, mas só me explique uma coisa, só uma: Porque não quis ser meu pai, sem nem ao menos me ver crescer, me conhecer, saber se eu seria bom ou mal?
Sem resposta alguma parte o adolescente por entre uma multidão igual dantes ao ter esbarrado o estranho, e perde-se para sempre, e nunca mais voltaram a se cruzar.


=>O nome das personagens foi colaboração do Biel, pq não sei dar nome a personagens. Sou limitado em nomenclatura. Por favor Biel, me diz oq tu achou dessa merda de dialogo!

Sunday, September 17, 2006

Força!

Agora o vampiro/elfo não teme mais seu próprio olhar, e confia mais em seu senso atávico, não desconsiderando a lógica humana, mas usando-a em reforço da primeira sensação, do bom senso que meu espírito errante transita.
Atendendo e usando a lição dos cíclicos e permanentes.
Abandonando a infame postura de guarda protecionista, para passar ao posto de portador, dono de si e de seu próprio rumo, independentemente do pensar e do foco dos olhares da figuração humana medíocre que circunda aos borbotões a espera de quedas para se sentirem menos ínfimos, quando na verdade não o deixarão de ser, pois quem é elevado cai, mas tem na própria natureza a magia de elevar-se com força maior ainda que de antes.
Olhar alto, nariz empinado, cabeça sobre o pescoço, assim me portarei em definitivo, enquanto outros, – sabe-se que em francês pescoço tem o mesmo som da palavra cu em português- enquanto outros têm seus suas caras de cu sobre seus pescoços (lembre do francês e ria da redundância.)
Mais uma vez passei do abismo que parecia ser inalterável e definitivamente final, para o estado de estrela no pedestal inatingível, e assim estou, em definitivo. Bem, estou bem. Queres-me bem? Queres-me mal? Posso ser mau.
Piso docemente sobre uma pedra no meu sapato, esperando que docilmente este pobre coitado se limite a sua infelicidade em silencio sem querer expandi-la e transmiti-la a outros.
Minha infância me veio em mente tanto que minha mente flui agora em turbilhões de pensamentos e sentidos de lições de moral que não eram lições de moral intencionalmente dadas, apenas coisas que presenciei, mas que na hora apenas vi, senti, mas não absorvi; e agora me dou conta do quão significativos foram os ensinamentos silenciosos pelos quais passei, e estes quais não passaram, continuam na minha mente.
Anjo/elfo/Diva me espanca com realidades que na hora me chocam, mas que depois me fortalecem de maneira descomunal, obrigado por existires, e parabéns.
Sei agora mais do olhar do que poderia ver, vejo mais do olhar do que podia olhar outrora com meus olhos.
Fez-me ver que a derrota é plausível, quando por fraqueza diante de algo que se tentou; mas que a desistência de algo a que nem se integrou para tomar conhecimento e controlar a situação (própria vida) é coisa de frouxo. Cuspamos na cara dos frouxos!
Saberei o que os outros pensam por detrás das mascaras, temos mais poder, nossa vulnerabilidade é nossa maior força.
Sim, é muito mais forte o mal que derruba uma construção com mais velocidade do que ela foi construída. Mas definitivamente é mais forte quem se antepõe aos presságios dos antagonistas, figurantes de quinta que enchem lingüiça no roteiro e elenco do que se chama vida.
Um brinde ao poder do saber e do auto-conhecimento!
E, parabéns, minha família. Anjo/elfo/diva...



Monday, September 04, 2006

Quem escreve é a vovozinha...

O que fazer quando os méritos de seus ideais, suas transmutações literárias, suas benfeitorias e alucinações gráficas não são creditadas a você?
Oh, as idéias não se parecem com você; oh, seu estilo literário não lhe cabe no espaço de sua etariedade? Será que sois um E.T., ou algo de novo tão bizarro quanto – sim, todo o desconhecido é bizarro, ao passo de que é temido – ou quem sabe sois muito bem sucedido no mimetismo que lhe foi ensinado pelos animais para que você se defenda?
Fico com a ultima alternativa, e muito entusiasmado, pois, com absoluta certeza a inquisição das mentes não me transformará em ornamentação residencial de parede em cruz. Não serei o novo supra Super Star de lares, e nem uma versão high tech power do dito-cujo. E então a ira do desmerecimento interpela-se e migra para o posto de orgulho e sentimento de trabalho de vida bem elaborado.
-Querida professora... ahhh, não vou fazer isso.
Quimeras se passarão, escritos serão lidos, idéias colocarão em tronos e em cárceres seus difusores e criadores, mas mais bem sucedidos serão aqueles cuja vida não condisse com a obra idealizada. Assim, nos sentimos talvez como os inventores de uma máquina de primordial funcionamento e igual complexidade ao ver que meros mortais tentam aprender seu engenho, damos pinceladas iniciais em telas em branco para que dali se elaborem obras de arte, mas não as fazemos por completo, somos mais do que isto. Damos a vida, mas não dizemos como vive-la, tal Deus. Como já anunciei, sou Deus. Pelo menos posso dizer que: Eu também sou Deus. Você não? Pobre coitado sois; tanto com resposta para concordar ou para se opor. Este meu jogo é perigoso, então o ignore, ou arrisque-se nele. “banque” se tiver o devido cacife. Mas, a loucura pesa muito e o corpo é vulnerável demais para carregá-la. Muito mais forte é o corpo de um insano do que o de um halterofilista. Se não houve a pretensão de bancar, mas também houver algum interesse de ser parte integrante da cena, então blefe, é sempre de belo resultado quando bem feito, disse quando-bem-feito.
Alheio às delongas. Mais calmo pela afronta. Alegre pela sombra que me protege. Ainda com o mesmo ideal, talvez mais fortalecido depois de hoje. Far-se-á agora na minha certeza a solidez completa da idéia do super tornar-se realidade.
Talvez o prelúdio do texto devesse ter sido: Sou demasiadamente feio, bonito; forte, fraco; doce, mentolado; sincero, político; quieto, profusamente gritão ideal... Seja como for, está tudo funcionando, minha idéia de fama só exige fanatismo de mim mesmo. Então estou contente.
Deixem os leões entrarem, Roma continuará a beber sangue pelos olhos, o vampirismo popular necessita. Embebedem suas crianças com a caixa de cores mágicas, da-se como inimigo de seus filhos, mas sempre há uma bactéria mais forte do que a massa que se mortifica para evoluir e aprender que o antídoto não prevalece, e que depois risoriamente parece mais um placebo inútil. Assim são as idéias de que tem consciência de todas suas almas dentro de si. Assim são os humanos merecedores da vida, os intensos, os que realmente vivem. Tão queridos pelo mundo. Este mundo somente para loucos e Raros!


Em silencio penso: Agora as luzes diminuem agora a cortina começa a cerrar-se enquanto reverencio agora as luzes se apagam por completo e ao seu fim a cortina já terá inteiramente se fechado. Nisso, volto à cochia, e quando sair daqui ninguém ligará a personagem ao profissional.
Merda!
Quebrei a pernaaaaaaaa!!!!!
Merci!


Atenciosamente, a vovozinha.

Saturday, September 02, 2006

?Mão na consciência!

Temos que superar, superar nos levantando para o próximo e eminente tombo.
Assim, a roda viva flui, tende a se repetir e se qualquer um se permite, acaba por se inozar por completo e perder os movimentos, ficando apenas na névoa da auto-piedade e lamento.
Somos o prato servido na tristeza de banquete, somos o alvo mais atingido pela discórdia trazida pelo tempo e pelos maus agouros da perda.
Perdemos, caímos no fundo do poço, nos erguemos, mas quase sempre voltamos a imergir antes mesmo de nos tomar como a salvos da queda, pois ela não tarda e também não falha.
O apego geralmente nos é natural, mas, há poucos, os poucos e raros que não conseguem tanto se doar aos afagos dos seres, exatamente por preverem a despedida indireta que poderá acontecer no futuro, à falta que o ser fará no futuro, o vazio e o nada – além de lembranças- que serão deixados pela pessoa, ser.
Quiçá o “por vir” fosse sempre tão ameno quanto nas histórias lúdicas e utópicas as quais idealizamos quando crianças. Quisera ter a total noção e controle dos fatos sucessores do instável presente. Ah, se tudo fosse de acordo com as regras do agrado, do doce querer, do feliz viver (utopia).
O peso do perdão nos deturpa os sentidos ele é demasiadamente maior do que podemos suportar então este sobrepeso nos danifica a alma, caleja e agride o senso humano. Nesses pontos, avaliando o medo da perda e o peso de perdões concedidos e ganhos, perdemos muito da essência humana, ficando aprumados no sentido e direção de metamorfar-nos em zumbies, humanos espírito-de-porco, seres vis, sem sentimentos puros e somente os que são ornados de subliminaridades em letras miúdas.
Como seria bom, como seria fácil, como seria de bom grado: Ser forte. Quase ninguém é, vários de nós são de corpo, e pobres de força de alma, somos enigmas que não se sabem. E apenas em momentos de provações exibimos boas partes de nosso potencial de força.
Então, por-nos-emos à prova, ou então negaremos nossa real força e assentiremos com o tempo a passar e nada de nossas vidas a se mostrar?










Mãos à tela!














Que os loucos e raros perdurem...