Friday, January 12, 2007

Ademais, nada mais.

Alvejai o ópio
Com a arma do ódio
Proclamai a morte
Perca teu viço e tua sorte
Derramai moral
Poetinha vil
Ex-fenomenal
Porquanto ainda existiu
Lava tua voz
Tua cara nem ouço
Di-me quão atroz sois
E de ti não mais posso
Brindo a desventura
De paixão perdida
Faça tudo errado
E ponha a culpa na vida
Agora que o medo
Devora-te a alma
Guarda meu segredo
E vê se dessa vez não falha
Ou ralharei contigo
Isso não é bobagem
Redimo-te e presenteio
Com o torpor da eternidade
Agora que estás forte
Tendo o pão comido
Agora que sorri
Achando ter vencido
Vá com tua turma
Sem pedir razão
Esqueça minha alma
Devolve minha solidão
Já que farei parte
Só do teu passado
Já que assim parto,
Pelo quente asfalto
Queime sol, meus pés.
Só assim vou parar
Seca sol: minha dor.
E nunca mais me deixe sonhar
Eu que sou tão fraco
Em toda minha força
Nas cenas do futuro
Cerre agora a cortina
E que mais ninguém me ouça.

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