Wednesday, June 28, 2006

Esfinjes

Apenas os mais fortes perduram e a eles pertence o reino da terra.
Fraquezas, debilidades, limitações em geral todos tem. Agora, expo-las é critério de cada um. Pretendes ser alguém ou manter a estagnação que o estigma da limitação lhe retrata?
E foi pensando nisso que criamos o moderníssimo e revolucionário programa de auto-conf...
Brincadeira.
Somos os que fazemos acreditar que somos, o que parecemos.
Nisso, por piores que estejamos por dentro diante das faces do nosso estado emocional, podemos fazer uso de nossa magistral inventibilidade e improviso para que nossas máscaras subam e que assim sejamos vistos sempre impecáveis, inatingíveis e perfeitos. E não, dar motivos para que os outros amenizem suas frustrações fazendo alusões, comentários ou apenas refletindo (normalmente comentam, nos repudiam) de que: “Olha, eu tenho problemas, mas estou assim, já, ele (a) sucumbiu aos seus problemas e está daquele jeito”.
Decidi que se alguém quiser me usar como parâmetro para algo ruim ou que amenize suas ignorâncias será apenas se baseando em algo que eu venha a compor literariamente (talvez algum livro no futuro, ou filme, ou papel higiênico com historinhas...), mas, usar minha pessoa, jamais!
Sou um poço de virtudes, e sou um poço de incontáveis defeitos, mas, isso já é o máximo de mim que informo. Em suma, sou humano, talvez.
Posto isto. Agora começa o baile de máscaras e neste baile não sou alvo, pretendi ser a arma, como defesa, ou como ataque.
Tomo fôlego e brindo com oxigênio esta inspiração!
Abrando meus males por fora, por dentro não importa como estão. Agora, sou mais uma vitrina bem composta do que uma bula de mim mesmo. Agora aprendi a ser eu mesmo. Espero que sim.

Saturday, June 24, 2006

Momentos

Existem alguns momentos raros e de total pertinência em que mesmo que não se esteja em completa harmonia consigo mesmo as coisas se transmutam e você se vê em total gozo de alma por estar se sentindo bem.
São vacilos da depressão que deixa uma crescente e firme possibilidade de completa realização de estar como se está.
Após algum, tempo sem se deparar com pessoas que fazem com que você seja você mesmo, que são sua família (família de verdade, não a de sangue) então tudo é perfeição.
Para que sentir falta de algo que mesmo não presente é mais vivo do que muitas vezes você mesmo?
Viva a família de verdade! Viva a roda viva que mesmo algo não constante ela não consegue mudar!
Para estes momentos de total satisfação nada se embate, nada interfere, nada se sobrepõe e nem se iguala!
Queremos ser quem somos! Queremos lembrar o que fomos, queremos ter fome de futuro, queremos a proteção de ter um rumo!
Somos o que somos e nada vai mudar. Viemos de onde não importa, o que importa é este momento real tão similar ao sonhar!

Thursday, June 22, 2006

Di pronto!

Não me embriago dia após dia
Brindo aos préstimos do último ato.
Já li sua sinopse na cartilha
Dele entendi que será algo tão surpreendente quanto uma lágrima por dor. E também tão certeiro e definitivo como a mesma.
A Rubra cortina se abre, la, quieto, e em palidez do espectro de ser que é, ele se encontra
Suas costas, arqueadas pelo peso que por tanto carregou.
Mas seus lábios desbravam pela última vez um sorriso; sorriso de redenção.
Liberdade! Quimera que tanto aspirei, janela que por entre jamais avistei. Árvore que fruto colhi, mas não fui eu quem plantei.
E este foi o último pensamento do vivente.
Alma ardente que afaga sua paz.
Me torne algo morto e mais viváz!
Vivi como se tivesse o tempo todo vegetado.
Morri e pela primeira vez declarado: Inocente!
Dentro remanescia um pensamento: Este seria o fim de uma alma? Seria o fim de todo o clã? Seria o começo de algo? Talvez, apenas a confirmação de que o “nada” não existe e nem nunca existiu.
Com certeza, quase toda. Libertação.
A maior utopia que se tem é a de que se vive. Na verdade só se encena em uma peça escrita por alguém (moral/ética) que não fazia a mínima questão de que fosse um espetáculo.

Existam...

Tuesday, June 20, 2006

No midia

A abstração dos momentos insones me corrompem os sentidos
Agora me vejo de cima de mim em espreita de desatinos mal sucedidos para me aventurar em mais dor propositada para pagar minha pena pela culpa de não gostar de mim
Mas, por que deveria?
Por que é que pairam as histórias na proximidade de seus acontecimentos se na verdade uma história boa é única e exclusivamente uma história de desgraça?
Não pretendo jogar migalhas de pão aos corvos no parque da conectividade, por isso, me abstenho momentaneamente ao individualismo da mundo real (Sendo ele real ou não, não me importo)
Só agora percebo que os cortes da linha do tempo se fundiram há muito tempo e deles apenas sobraram graves sulcos aonde deveramente tropeçamos e damos com nossas fuças no chão. Não sei se levantar é o melhor, pois “levanta pra cair de novo” não é algo lá muito encorajador; seria melhor ficar de acordo com o tombo e nele sucumbir de vez ou talvez a estada no chão apenas seja pretexto para ser atropelado e tudo então findar-se resumidamente em um suspiro de adeus?
Não sou poeta, não sou escritor, não sou crítico, não sei quem sou. Não sou humano, não sou politico, não sou maléfico, então me diga por que é que aqui estou!
Abram as portas do inferno para que eu possa sair! Aqui está quente demais!
Existam!

Wednesday, June 07, 2006

Sem rumo

Tem dias em que não sei ao certo do que gosto e do que pra mim é indiferente
Sinto-me vulnerável em alguns momentos
Passo por entre a neblina da solidão e nela me perco
Ouço vozes próximas, mas não tenho condições nem motivos pra chamá-las
Sou então, nesses momentos apenas um arremedo de algo que talvez seja uma pessoa.
Um esboço assimétrico e mal elaborado de gente
Não me pertenço, mas sim ao vazio.
Me entumece a calma, me persiste cegando minha alma.
Há dias em que não expresso nem alegria, nem mania, nem tristeza e nem morte momentânea.
Apenas flutuo no espaço entre um respirar e um piscar de olhos, no nada.
Essa presença ausente é minha única companhia, nem eu mesmo me acompanho.
Penso em diversos motivos para desligar o filme
Mas, o diretor repreende o ator, e o força na continuidade.
Não escrevo e nem desenho, não relato, nada tenho.
Apenas toco as teclas solenes e frias, para que meus dedos consigam expressar teclas tecladas e nada mais.
Não tenho inspiração, tenho apenas tensão, a tensão de não dar a mim mesmo nenhuma atenção.
Que se foda a normalidade, não mais a invejo, apenas espero acordado a minha vida também reacordar, para depois degustar dos prazeres insanos aos quais me banho e seguir postando em minha face um template invejável para que todos digam: “oh, como ele está bem!” Realmente estou, estou sempre bem, bem, bem vazio...

Existam! (podem fingir, convencer a si mesmo é o primeiro passo para que se torne realidade.)

Sunday, June 04, 2006

Saudades do que não conheço

Uma ultima conversa é tudo que peço
Só mais uma
Prefiro que seja eterno este papo
Quero tanto parar na vida, no tempo, na morte.
O que quero é diferente do que posso, pois tudo posso.
Alforrio agora a moral,
Liberto agora sua culpa
Transgrido de hora sua calma
Recaio agora no cansaço

Por onde andaste na eternidade que por mim passou?
Queria tanto ter te visto antes de ter perdido a dor do amor
Por que o medo habita as ondas da paixão nem desconfio
Sou tão ciente da vida que admito não conhece-la

Quantos vieram ingratos a mim naqueles dias
Quantos eram demais a atear o fogo
Poucos seriam o bastante para findar esta alma
As outras de resguardo estão,
A espera é uma constante estação

Sinto tanto sua falta, que sofro por não saber se existes.
Falo agora contigo que nunca me ouvirás
Prego a constante obstante do que nunca serás
Livre alma paira sobre o que nunca houve
Instante, por favor, perdure!
Revoltante é a história que não posso inventar
Não quero o conhecimento
Quero o controle.
Degole-me a falta de razão
Já me sinto cansado por tanto lutar em vão...

Saturday, June 03, 2006

Confinamento

O tempo é o maior desastre do dia
O desastroso é que ele não para, não erra.
A camisa de força e a veia atingida são as melhores maneiras de avançar na maquina do tempo, daí ele voa.
O descontrole é o melhor amigo dos viajantes do tempo. Se contassem milhas cada viajem todos os “normais” teriam diversas voltas ao mundo de graça, ainda mais porque nós “normais” temos um mundo só nosso.
A particularidade de nossa angustia nos exalta em pulos contra o centro da terra e de lá contraímos cegueira para as anormalidades dos ditos sãos
Chega de pedágios na fronteira! A fronteira da loucura deve ser livre e despoliciada
Se continuarem cortando nossas asas no cativeiro haveremos de organizar complôs – se em São Paulo dá por quê que no São Pedro será de ser diferente?
O espelho reflete algo que sabemos não ser nossa realidade, ele nos imobiliza para que ponham mascaras em nós, então está certo quebra-los!
Será que irão diluir a falsa normalidade e nos enfiar guela abaixo? Será que cairemos a um ponto tão baixo?
Algum dia comandaremos livre o nosso pensar e poderemos mostrar nossa supremacia, ou continuarão a nos atar os braços em volta do corpo para impedir que nos organizemos e fiquemos fortes?
Me digas “realidade”, o que queres de mim? Deverei me tornar gado, deverei ficar vulnerável e a postos para seus cortes?
Terei de seguir regras banais e livros sagrados ou algum dia irás me deixar em paz?
Espero poder voltar a respirar...

Existam! (pelo menos tentem...)

Apelo

Essa desordem é o que chamam de realidade
Por isso sou feliz, por ter perdido minha sanidade
Por poder voar no que penso, de um instante a eternidade
Por não ser conivente, com tanta gente doente, penando em maldade.
Admito minhas fugas e instinto deturpado.
Alimento-me do que me faz bem, meu sangue é minha verdade.
Alheio aos prantos que deturpa o meu pensar.
Sou novo neste jogo, mas já desisti de jogar.
Minha alma não se corrompe, para mim, eu já me basto.
Enquanto retumba pela noite o desespero dos realmente acordados
Somos nosso pensar, somos nossa voz.
Não pretendo jogar, quero apenas minha paz.

Voz, me sustente o corpo.
Não sei se posso continuar
Sinto-me fraco para prosseguir
Quero tentar, mas temo não mais conseguir...

Existam!

Friday, June 02, 2006

Até quando?

Acabem com os clichês banais!
O muro tem que cair!
As mentes putrefatas têm que ceder!
Não há mais espaço para tanta idiotisíncrase lastimável!
Vamos abrir portais para libertar os demônios deste inferno em que o mundo se transformou; coitados, não merecem essa coisa horrível!
Se isso tudo perdurar o futuro será apenas uma mancha na imaginação dos passados, e só restarão os retrógrados que insistiram no bom senso, porém estes serão tratados como loucos. Espero que não haja fogueiras para nos consumir por todo, mas, acho que é quase certo que haverá. As chamas da ignorância não perdoam, e tentam o tempo todo acabar com todo o bom gosto que se aproxima tal as cinzas de um vulcão.
“Te amo do fundo do meu coração”??
Desde quando coração tem sentimento? Coração tem sangue, bombeia e... Só!
“Quando te vi senti um frio na barriga”??? Por acaso ta com a pança “carcada” na geladeira?
Ahhh, não agüento tanto adjetivismo e alusões desnecessárias para definir coisas tão puras e que deveriam ter mais alma, pois essa sim porta todas as reais emoções. Mas nada é perfeito, pelo contrario, quase tudo é imperfeito!
Vivo me deparando com temas totalmente fora de meu léxico, mas, não consigo ficar quieto, não me contendo apenas com uma critica pessoal e reflexiva, portanto, cá estou.
Vejo o mar.... Vejo o tsunami... Vejo algum filho da puta insípido sendo sugado para dentro... Acordo... Amanheço feliz por tão agradável sonho!
Bom dia mundo!

Existam!